18/02/08

Sobre o Kosovo

Santa Sé pede prudência, em particular aos políticos, para evitar reacções extremistas que provoquem violência.

Após a proclamação de independência por parte de Kosovo, a Santa Sé fez um apelo à prudência, em particular aos políticos sérvios e kosovares, para evitar reacções extremistas que provoquem violência.

Numa nota publicada pelo da «Rádio Vaticano», o Pe. Federico Lombardi S.J., director da Sala de Informação da Santa Sé, apresentou a posição do Vaticano sobre esta questão.

«A declaração unilateral de independência de Kosovo, que se baseia nas recomendações do plano do mediador das Nações Unidas, Martti Ahtisari, cria uma nova situação, que naturalmente será seguida com grande atenção pela Santa Sé, que terá de avaliar as possíveis petições que se lhe possam apresentar», explicou o porta-voz.

Da mesma forma que para as restantes capitais do mundo, à Secretaria de Estado da Santa Sé chegará o pedido do autoproclamado governo de Kosovo para ser reconhecido diplomaticamente.

«Mas neste momento – sublinha – a Santa Sé sente antes de tudo a responsabilidade da sua missão moral e espiritual, que afecta também a paz e a ordem nas relações entre as nações e, portanto, convida todos, em particular os responsáveis políticos da Sérvia e do Kosovo, à prudência e à moderação, e pede um compromisso decidido e prático para evitar reacções extremistas e degenerações violentas, de maneira que se ponham já desde agora as premissas para um futuro de respeito, de reconciliação e de colaboração».

Segundo o comunicado do vaticano, «dever-se-á prestar atenção à salvaguarda da democracia e ao estado de direito, e também em Kosovo terão de se aplicar os padrões internacionais de respeito dos direitos das minorias e de todos os habitantes, sem distinções de etnia, de religião, de idioma ou de nacionalidade, e vigiar pela protecção do precioso património artístico-cultural cristão».

Igrejas e mosteiros cristãos ortodoxos sérvios foram atacados nos últimos anos por radicais do Kosovo.

«Deve-se promover a estabilidade na região com todo o empenho e, por isso, deseja-se contar também com a importantíssima contribuição da comunidade internacional», considera a Santa Sé.

CIDADE DO VATICANO, domingo, 17 de fevereiro de 2008

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